domingo, 10 de abril de 2011

Pensamentos soltos traduzidos em palavras


Você, você mesmo. Você, pessoa comum que do nada tenta fazer uma mudança na sua vida, enche o peito de raça e sai falando cheio de si: "é isso mesmo, vou morar no Rio de Janeiro”.

Seu burro!! Não passou pela sua cabeça que sentiria falta da sua família? Família que faz barulho em casa e você não se sente sozinho. Família que briga, se entende e briga novamente. Família que dá uma gargalhada na sala e você escuta no seu quarto e do nada começa a gargalhar sem saber o real motivo da primeira gargalhada.

E dos seus amigos, que bastaria você quebrar uma unha do pé para alguém te socorrer com um lindo sorriso no rosto ou um semblante preocupado? Amigos que te chamam para sorrir, que te chamam para chorar, chamam para jantar, sair, comprar roupas, ajudar em uma paquera. Amigos que se você está caindo, eles se jogam antes no chão para ser seu colchão.

Ahhhh...E os olhos verdes, que você, pessoa comum, estava acostumando a ver em festas e seus olhos faziam questão de dar um zoom automático para mergulhar no infinito daquele olhar??? Se MEUS olhos fotografassem teriam o prazer de retratar, de capturar cada partícula, cada megapixel deste olhar e imprimir dentro e fora de mim.

Pessoa comum burra. Nãããooo, burra você não é... Você é corajosa, porém, dá próxima vez, pense se irá suportar as conseqüências, caso contrário vai ver tristeza em toda pessoa que você encontrar pensativa pela cidade maravilhosa.

Foto: Bruna Schuch

terça-feira, 9 de março de 2010

L'amour est dans l'air (o amor está no ar)

Estreiando o espaço Percepções no Pararealidade!!

Este espaço é dedicado para momentos únicos do cotidiano/vida. Podem ser momentos engraçados, tristes, felizes, preocupantes... whatever... o importante é flagrar algo que vale a pena ser visto!

Tive o prazer de trabalhar na Imprensa da Feira do Livro do ano passado e, no momento do meu intervalo, encontrei esse casal caminhando despreocupado com o mundo, onde que o que mais importava no momento era o amor dos dois!

Vejam o resultado!

domingo, 6 de dezembro de 2009

Mulher de Ouro

Andando pelas ruas da Vila Brás, entregando os jornais prontos e vendo o sorriso de satisfação dos moradores, deparei-me com um olhar curioso. Não resisti e perguntei:
- Oi, senhora! Tudo bem? Gostaria de um jornal?
- Sim, sim. Quanto é?
- Não custa nada, basta a senhora querer.
- Então posso ficar com três para eu dar para os meus parentes?
- Claro, o jornal é feito pra vocês mesmo.
A missão daquele dia era encontrar pessoas e fazer perfis. Logo pensei: “Vou tentar fazer com essa senhora; é cedo e já fico livre para fazer outras coisas”.
- Senhora! Poderia voltar aqui um instante?
- Oi! Fale.
- A senhora já saiu no jornal Enfoque Vila Brás?
- Não, nunca.
- Gostaria de sair?
- Espera só um pouquinho. Vou ver o que meu marido acha.
Neste momento, a senhora, com um jeito de sofrida, esboça um leve sorriso. Foi o bastante para os seus dois dentes de ouro, na parte inferior de sua boca, mesclarem-se com o ar de satisfação pelo convite.
Ela grita:
- Amor (toda carinhosa como se quisesse conquistar um ‘sim’ com sua voz de apaixonada), o que você acha de aparecer no jornal? Posso dar uma entrevista? A equipe está aqui na frente!
- Não. No jornal, não! Eu não quero (voz ríspida).
O marido dela nem apareceu. Só deu para ouvir sua voz de longe e as marteladas que dava em uma mesa. A mulher, que antes tinha um motivo de felicidade, pára na minha frente, inclina levemente sua cabeça para baixo e, cheia de convicção, fala:
- É... Eu não quero mais sair não. Deixa para outra vez, quem sabe na próxima ele esteja com bom humor.
- Mas senhora, ele disse que ELE não gostaria de sair, não disse nada sobre a senhora participar.
- O que o meu marido fala para mim é lei. Eu não faço nada sem a permissão do meu marido.
Ouvindo essas palavras, vou me distanciando lentamente de sua casa com a certeza de que, durante esse dia, a mulher vai ficar sonhando em como seria sair em um jornal e, assim, seus dentes de ouro vão continuar sendo a coisa mais brilhante de sua vida.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Um homem solidário


Pessoas educadas, generosas e que nos encantam com sua maneira de viver não encontramos todos os dias. Eu encontrei todas essas qualidades em apenas uma pessoa: Rubens de Freitas, 26 anos, oito deles morando na Vila Brás (em São Leopoldo).

Para manter-se, ele vende rapaduras. Porém, não são simples rapaduras, são doces gigantes mais parecidos com pés de moleque. Rubens sai para trabalhar às oito horas da manhã e só volta para casa com a caixa vazia. Sai com 25 rapaduras e se vender todas pega mais para vender. A média são 60 rapaduras vendidas por dia, cada uma a R$ 2,50.

Para isso, caminha pela vila inteira e vai batendo palma na frente das casas. Na Brás ele só trabalha aos sábados e durante a semana vende em outros bairros e cidades. Duas vezes por semana pedala até Sapiranga, onde fica a fábrica de rapaduras. Demora cerca de uma hora e meia na ida e volta.

Todo seu esforço e comprometimento com o trabalho não ajudam a manter somente ele. Sua renda vai para as despesas da casa, onde mora com seus pais e mais quatro irmãos, e também para o seu irmão que está na prisão.

Vamos conferir essa emocionante história, onde o amor pela família fala mais alto.

Pararealidade: Você trabalha sozinho? Ou alguém da sua família te ajuda?
Trabalho sozinho. Só trabalho com rapaduras porque não consigo arrumar um emprego de carteira assinada, hoje em dia está bem difícil. Sou vidraceiro profissional e estou vendendo rapaduras há seis meses.

Pararealidade: Tem algum fato interessante para contar de algum cliente que não tinha dinheiro para pagar uma rapadura?
(risada) Sim, vários. Esses dias eu cheguei em uma casa e uma guria queria uma rapadura, mas não tinha dinheiro para comprar, aí a mãe dela veio com uma Tele Sena velha. Ela me perguntou se eu não queria uma Tele Sena velha por uma rapadura. Disse que não aceitaria porque sou evangélico. Então acabei dando a rapadura para a guriazinha. E na outra vez a mulher queria me dar uma bateria de carro em troca de uma rapadura. Disse que não tinha como aceitar uma bateria de carro.

Pararealidade: Você segue alguma religião?
Faço parte da Assembléia de Deus Purifica Brasil. Sou Evangélico, acredito em Deus e sou muito religioso. Se tiver culto eu vou toda a semana.

Pararealidade: O lucro das rapaduras é só para você?
Não. Eu divido em casa. Eu ajudo também com as despesas do meu irmão que está no presídio. Todo mês eu junto um pouco para pagar o que ele come lá dentro. Eu separo um pouco do dinheiro das rapaduras e meu pai um pouco da aposentadoria dele.




Pararealidade: No presídio não tem comida para os presos?
É que assim, dentro do presídio tem uma cantina, ele come ali e pagamos por mês. A comida do presídio é muito nojenta. Comendo na cantina sabemos que ele está se alimentando bem e ficamos mais tranquilos.

Pararealidade: O que teu irmão fez para estar lá?
Ele era traficante. Vou te explicar: Meu irmão virou traficante pela esposa dele, a guriazinha dele estava doente e ele não tinha serviço e estava com a perna quebrada. Fez algumas coisas pra poder ganhar dinheiro. Não foi porque ele quis, infelizmente foi essa solução que ele achou, uma maneira errada de ganhar dinheiro. A guriazinha estava precisando de óculos e estava com pneumonia. Teve que fazer pelo lado pior.

Pararealidade: Quanto tempo ele ficou nessa vida?
Ele ficou nessa vida um mês e foi pego. O nome dele é Giovani de Freitas, 35 anos. A menininha está melhor, cresceu bem forte. Não sente falta do pai, não pq não se dava com ele, mas sim porque era pequenininha, não se lembra direito. Há oito meses que está na prisão.

Pararealidade: Um sonho que você tenha?
O meu sonho é ver meu irmão sair do presídio e ver minha família ser feliz de novo como era antigamente. Minha família ficou meio chocada, desestabilizou um pouco. E para felicidade voltar de novo ele tem que sair de lá.

*Confiram as fotos que não foram escolhidas para a matéria acessando o flickr do blog.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Amor platônico





Tudo começa com uma imaginação fértil: se você tem a oportunidade de estar perto da pessoa, o sentimento pode agravar consideravelmente, acredite! Os pensamentos vão para outra dimensão, uma dimensão onde tudo é possível. Criamos cenas em que nós somos os protagonistas do filme e o seu amor platônico é o ator coadjuvante. Ahhhh, que maravilha, né? Passar o dia todo trocando juras de amor nas ilhas gregas, nadando no mar cristalino e tomando vinho, admirando o famoso pôr do sol de Santorini... Aí você desperta e nota que não saiu do Brasil. E o pior: que está na Unisinos assistindo uma aula insuportável e que seu amor platônico nem faz ideia de que você existe. Isso é apenas um dos tormentos por que passamos pelo fato de amar demais o desconhecido.

A angústia é um dos sentimentos que não desgrudam do “tolo apaixonado platônico”, é como se um tsunami fosse ao encontro do furacão Katrina e a junção dos dois é o resultado da sensação que temos no estômago. Não, não... Nada de borboletinhas, a sensação que as borboletas provocam pode ser comparada à intensidade de um final de relacionamento - que já está desgastado e não tem mais amor, desejo e paixão -, e não ao início de um. Digamos que, neste texto, o tsunami é o desejo (avassalador) e o furacão Katrina é o amor com pitadas de paixão (gira, gira, gira... Pode chegar a um lugar ou não).

Difícil é carregar um sentimento que só você alimenta, que só você sabe que existe. Enquanto a outra pessoa se diverte e vive a vida sem passar UM SEGUNDO do dia pensando na sua existência, você gasta HORAS pensando se a pessoa está bem, o que está fazendo, o que gosta, se alguém a fez sofrer, como seria o beijo, se a boca é macia, como seria poder sentir o calor da língua.

Buenas, você pode ter a sorte de esbarrar por aí com o seu amor platônico e isso pode acontecer várias vezes por dia. Se isso ocorrer, você terá que saber se comportar. No meu caso, um dia estava megadistraída e, do nada, eis que surgiu o motivo do meu coração bater mais forte. Se eu falei alguma coisa? Que nada... fiquei apenas admirando sua beleza mais de perto. E, para a pessoa, eu deveria estar parecendo uma retardada, porque fiquei muda. Tudo deu certo no final, a pessoa cumprimentou primeiro e seguiu seu caminho... Enquanto eu, após o nervosismo, fui flutuando até o meu destino. PS: esse foi o dia em que nos olhamos diretamente nos olhos.

Amigos Tolos Platônicos Apaixonados! Isso tem um fim? Não sei, não posso afirmar. Mas se você gosta realmente da pessoa, vá à luta, nada é impossível. Mesmo se seu amor platônico for a Beyonce, vai que ela tenha brigado com Jay-Z e você aparece no momento certo para consolá-la?! Agora... se seu amor platônico for a Rihanna, já vacilou né! Porque ela já foi espancada pelo Cris Brown e você não estava lá (rsrsrsrs)!. Agora, sério: o importante é não desistir. E lembre-se: a pessoa pode sentir o mesmo por você.

ps: Foto retirada da internet / para quem não conseguiu ler o que está escreito na foto: I will not to give up to have you.

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

TEMOS UM VENCEDOR!




A frase vencedora foi enviada pelo aluno de jornalismo Eduardo Nozari, a resposta dele foi a seguinte:

“Eu seria o cara dos balões. Primeiro porque os outros têm vidas trágicas demais. hehe E segundo porque (agora valendo) ele está há anos na Redenção e muita gente têm várias lembranças, agradáveis ou não, de histórias com esses balões. Poucas pessoas, no entatanto, devem lembrar do rosto dele. Oras, se aos 76 anos eu puder olhar pra trás e ver que ao longo da vida meu trabalho marcou a vida de tanta gente, mesmo que não lembrem de mim e que eu não tenha feito fortuna, poderei dizer que tudo valeu a pena”.

Parabéns pela vitória Edu (Matteo)!

ps: O Edu é tão engraçado que quando avisei que era o vencedor ele disse: Que bom, estava precisando de roupas novas mesmo!

O pararealidade está de volta!

Primeiramente gostaria de pedir desculpas aos leitores do pararealidade por ter ficado tanto tempo sem atualizar. Entrei de férias e conseqüentemente o blog também. Quando voltei, recebi a notícia que a professora que ajudou a transformar minhas idéias em realidade havia saído da minha universidade, na época, essa notícia, foi muito mais impactante para mim do que a morte do Michael Jackson.

Recuperada de tudo isso...o pararealidade está de volta!!!!! com cara nova e cheio de novidades para vocês.